Todos Estão Bem

Viajando a 100 km por hora
e o coração disparando.
As paisagens já conhecidas
recorrem a uma parte
da mente,
que vislumbra o destino
a tanto esperado.
A meta é alcançada.
O tempo corre.
A saudade é tanta
que palavras
não precisam ser ditas,
apenas demonstrações
de carinho e afeto bastam.
E o tempo não para.
Mais visitas são feitas
e histórias são contadas.
O tempo se esgota,
já é hora de pegar
o carro mais uma vez.
A despedida não importa
porque todos estão bem.

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Memórias

Ultimamente tem viajado
para o passado mais frequentemente.
Restaram apenas memórias.
Momentos felizes da infância,
doces sorrisos e brincadeiras
que se misturavam com a realidade
transpassadas pelos filmes.
Tudo era possível.
Reviver aqueles momentos só
mostra como a isolação
bateu na porta e entrou
apressadamente sem querer sair
e o libertar para criar novas memórias.
Agora o tempo se arrasta, agachado,
carregando o peso da inocência.

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Mais um livro

O menino não se cansava de ler.
Histórias e mais histórias
eram imaginadas
naquele mente que procurava
uma solução.
Seus olhos corriam
uma página com grande velocidade
que chegavam a se encontrar.
Quando o perguntavam
o porque de ler tanto,
ele só respondia:
"Mais um livro e lhe conto". 
Mas sempre que acabava
um livro enganchava
em outro, como se
fizessem parte do mesmo contexto.
Em um dia de sol
em que as crianças brincavam
nas ruas, o menino saiu
de sala de leitura
e foi em direção a porta da rua.
A mãe preocupada
perguntou o que estava
acontecendo e para onde
estava indo.
O menino respondeu:
"A solução é usar
o que se aprende nos livros
na vida, deixando sempre páginas
brancas para serem escritas
pelas mãos da dedicação
e olhos da inocência".
A mãe sem entender,
ficou paralisada 
e deixou o menino passar
para ser mais um filho da vida.

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