Visão inocente

Tão cedo vendo
e sentindo a dor,
De suas bocas histórias
saem com simplicidade.
Os olhos de quem as escutam
reagem com lágrimas
de não poder ajudá-las
como queriam.
Crianças que vêem o pior
da vida, antes de descobrirem
as belezas.
Aprendendo o errado
o confundindo com o certo.
Não tendo a opção de conhecer
nem viver o imaginário.
Não vendo sentido
na diversão
já que labutar é
sua única realidade.

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O que aconteceu?

Inexplicável sensação
de prisão.
Os olhos não querem ver
as mudanças que se acometem.
Parado
e as coisas mudando
o mundo girando
e se transformando.
O que aconteceu?
Os pássaros voam
de costas.
As crianças sumiram
das ruas.
O ar mais escuro.
O cheiro alérgico.
Os sons sem sentido
com rimas estúpidas.
Estrelas morrendo
justo quando
estavam em ascensão
O sol mais perto
o calor intenso.
O que aconteceu?
Quando aconteceu?
Ninguém mais olha o céu
e ele está chegando
cada vez mais próximo.
Quem está fazendo isso?
Por que ninguém impediu?
A preocupção com a carreira
veio em primeiro lugar
que a família
e o ambiente que ela vive.
Braços atados.
Apenas sentado.
De olhos arregalados.
O fim iminente.

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O fantasma branco

Geralmente,
sentava na frente
prestando atenção
e anotando tudo
que os mestres falavam.
Se socializava o máximo
que conseguia.
Não era muito bom com
a palavra falada
gostava mais das escritas,
eram mais fáceis,
não o faziam mudar de cor.
Mas ninguém o ajudava,
o excluíam do convívio
que se tornava
muitas vezes massacrante
e assustador do colégio,
sobrando apenas
o que sentia sempre
o completo isolamento.
Quando precisavam,
sempre procuravam
o pobre fantasma que se
enchia de esperança
achando que o procuravam
por amizade.
Logo depois que ajudava
os demais,
era jogado de volta
para frente.
Como era um fantasma
não se importavam com os
seus sentimentos
já que conseguiam
ver através dele.
Com o tempo foi perdendo
sua cor branca,
ficando completamente
inconspícuo,
sumindo da mente
daqueles que um dia tiveram
o prazer de abusar
da sua presença.

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O mesmo céu

Com uma vida tão longa
tudo mudou.
As ruas não são iguais
não têm o mesmo cheiro,
na verdade mal se pode
respirar nelas.
As pessoas só se
importam consigo mesmas
até a cultura que outrora
tiveram enterraram
sob a ignorância.
Depois de refletir com
minha solidão,
tenho seguinte hipótese
de que nada mudou apenas
sobressaiu o que muitos
guardavam dentro de mim.
Mas, para mim nada
importa mais, já estou velho
só espero o anjo da morte
me levar,
depois de tantas provações 
que passei
e para quê?
Não fiz a diferença.
Espero que ao menos
seja o mesmo céu
no qual sempre acreditei.

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Salve o planeta!

Pare.
Olhe bem ao seu redor.
Analise a situação do planeta.
Observe o sofrimento,
as lágrimas
e a tristeza da população.
Agora pense:
o que poderei fazer para ajudar?
Agora que sabe
qual será seu papel.
Não pense muito.
Haja.
Não espere a dor
bater na sua porta.
Cuide,
evite,
ampare,
ame o desconhecido
e seja a diferença,
salve o planeta!
Antes que seja tarde
demais e sua ajuda
e desespero
não servirá para nada.

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Apontar

Criticar
grande problema
que muitos têm.
É mais fácil
apontar os problemas
ou defeitos dos outros
do que tentar corrigir
a si próprio
e o modo como se vê
em relação aos outros.
A maioria
das pessoas que criticam
as outras,
são invejosas
e medrosas,
porque não têm a coragem
de ser como as pessoas
criticadas
mesmo tendo vontade.
O jeito
de extravasar estas invejas
é despejar
palavras pejorativas
e pretenciosas,
tentando desmoralizar
os outros,
sem saber
que enquanto eles crescem
os críticos ficam para
trás sem coragem de
viver a vida que desejam.
E se esquecem
que enquanto apontam
um dedo para os outros
quatro estão voltados
para eles próprios
indicando sua baixa auto-estima,
frustração,
preocupação do que os outros vão pensar,
e falta de respeito pelos outros.

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Devaneio de aniversário

Olhando um bolinho
com uma velinha com uma luz
fraquinha quase apagando,
acabou em um devaneio...
acordou em uma cama limpa
com lençol de cetim,
tão macio e sedoso
como jamais havia sentido.
A porta se abriu devagar,
entrou uma família cheia
de amor e alegria cheios
de presentes com embrulhos
de todas as cores.
Na mão da mãe um bolo
de chocolate com 7 velas
coloridas cheias de luz.
Todos os abraçaram
lhe paraberizaram,
o abraçando e beijando
tinha tanta sorte de ser
tão amado.
A vela apagou
com uma brisa
levando embora
para nunca mais voltar
seu devaneio de aniversário.

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Mais um início

Mais uma chance de mudança.
Mais um recomeço.
Mais promessas
Serenidade por ter cumprido
os objetivos passados.
Mais esperanças
de uma vida digna
e pacífica.
Agradecimentos pela vida
e pelas dádivas recebidas.
Olhos brilhantes
e atentos,
sorrindo para o céu
com sua dimensão de cores
mostrando o futuro vindouro.
Abraços e beijos.
Problemas e tristezas
quebradas pelas ondas saltadas
e as últimas lágrimas.
Dando espaço
para mais um início.

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