Coçava a cabeça com tanta força,
parecendo que queria arrancá-la.
As unhas sujas, as mangas de seu
moletom velho e manchado estavam puídas
assim como a gola.
Aquela coceira infernal não parecia ter fim,
agora se contorcia e gritava.
Parou.
Começou a balançar para frente e para trás,
em movimentos rápidos, parecia bobo.
Balançava.
Parou de novo.
Olhou para mim, como se me conhecesse,
seus olhos se iluminaram de razão.
Devagar como um animal, se escondendo,
chegou bem perto e tentou falar algo,
saíam gruídos indecifráveis.
Os enfermeiros, o levaram para seu quarto,
porque tinha começado a me bater com um livro
por não entendê-lo,
os olhos de razão haviam se transformado em desespero.
Peguei o livro que havia caído no chão,
e me deparei com a foto do bobo que me bateu.
Era o autor de um best-seller,
que ajudou milhões de pessoas.
Ás vezes, as pessoas que mais têm a oferecer para o mundo se tornam incapazes de ajudar a si próprias.
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